Vagando
por Paraty
Caiçara
Durante o nosso passeio, tivemos a oportunidade de aprender mais sobre uma comunidade local, os caiçaras, que, localizados na praia do sono, vem lutando para preservar suas casas e sua cultura. Por muito tempo empreendedores tentaram pegar aquela área para investimentos, os quais resultariam na destruição da área, que apos a interferência do governo, é protegida por leis federais.
Enquanto estávamos lá, ouvimos relatos de uma caiçara que nos contou não apenas a historia do local, mas também as dificuldades que eles tem passado, como a situação com a ocupação da travessia que passava por Laranjeiras e não pode mais ser usada, dificultando a locomoção dos moradores. Ela também nos contou historias da própria região e sobre o desentendimento com certo investidor, que tentou tirar as terras de seus antepassados enganando-os, e acabou sofrendo as consequências pelas mãos das mulheres caiçaras.
Hoje em dia, a comunidade, majoritariamente evangélica, sobrevive de turismo sazonal, agricultura e pesca, embora muitos usem a popularidade do lugar para abrir pequenos negócios, como restaurantes e pousadas. Sendo um lugar maravilhoso para relaxar e aproveitar um pouco da natureza, a praia é um lugar maravilhoso para observar o mar e até mesmo se arriscar nas ondas frias e cristalinas do local. A população ganhou uma escola, com professores da secretaria, onde seus filhos podem fazer até o Ensino Fundamental completo lá, tendo porem que ir para a cidade para finalizar seu ensino médio.
Interferencia do Homem
A interferência antrópica na APA do Cairuçu pode causar modificação no equilíbrio dos componentes do meio físico, seja através da indução, ampliação, redução e/ou interrupção dos processos naturais em curso.
A ocupação dessas encostas, seja pela atividade agrícola ou pela urbanização, tende a modificar essa dinâmica natural, principalmente devido a exposição do solo e concentração da água de chuva, muitas vezes amplificando os processos de erosão e, desse modo, aumentando a carga sedimentar que vai parar nos rios.
Neste sentido, o desmatamento das encostas e a exposição do solo podem alterar a taxa de erosão e conseqüentemente o afluxo de sedimentos para estas drenagens, afetando a capacidade de escoamento das mesmas. Por outro lado, a mudança desta capacidade também pode ocorrer através de alterações climáticas induzidas pelo desmatamento, resultando em modificações nos regimes de vazão das bacias hidrográficas.
Portanto é muito importante manter a vegetação ciliar ao longo das drenagens e cabeceiras (região das nascentes), respeitando os limites fisiográficos da planície de inundação. De maneira geral a manutenção de uma maior quantidade de vegetação está relacionada ao poder de retenção de água na bacia, e contribui diretamente para a sua disponibilidade hídrica.