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Mergulho

      No terceiro dia da viagem, embarcamos para um dos passeios mais esperados: o mergulho de batismo na paía de Paraty para observação da fauna local. A baía, separada do mar aberto por barreiras naturais, tem em suas águas características bastante próprias, não submetida à constante renovação por meio de correntes que por sua vez definem a temperatura e a salinidade no mar aberto. A região é realmente de beleza paradisíaca, com águas límpidas e frescas, areia branca e vegetação exuberante.

mapa da baía de Paraty e arredores

      Além das diferenças em temperatura e salinidase, nas estações de mar aberto houve um aumento de número de espécies durante o inverno, sobretudo de espécies de rodofíceas. Esta observação é sustentada pelo fato destas espécies serem mais sensíveis a variação de salinidade, apresentado maior abundância na época do inverno, em decorrência do menor regime pluviométrico, e sobretudo nas regiões menos sujeitas a descarga dos rios. Assim, por exemplo, no gradiente de salinidade há um maior número de espécies de rodofíceas e feofíceas nas estações sujeitas à salinidade de águas oceânicas, diminuindo em direção ao interior da Baía de Paraty.

      Durante o trajeto até a locação do mergulho, os instrutores passaram informações (ou briefing) acerca dos procedimentos de segurança básicos para o mergulho, como as funções de cada parte do equipamento e os sinais que viabilizaram a comunicação mesmo submersos. Além disso, explicaram um pouco do que faríamos e do que provavelmente observaríamos: uma verdadeira aula ministrada no própria local. Por ser um mergulho de batismo, os instrutores mergulharam acompanhando um aluno de cada vez, chamando a atenção quando necessário para as diversas formas de vida ali presentes e que de contrário talvez passassem despercebidas.

professor Lúcio fazendo o briefing com aluna

A Observação

      O mergulho foi um ótimo exemplo prático da biodiversidade presente na fauna marinha brasileira, principalmente pela quantidade de formas de vida diversas, desde poríferos até cordados, em um espaço relativamente pequeno como o compreendido no espaço da atividade.

esponja que lembra um cérebro

estrela do mar observada no mergulho

Poríferos

   Os poríferos, também conhecidos como espongiários ou esponjas, surgiram provavelmente há cerca de 1 bilhão de anos. Supõe-se que eles sejam originados de seres unicelulares e heterótrofos que se agrupam em colônias. 

Esses animais não possuem tecidos bem definidos e não apresentam órgãos e nem sistemas. São exclusivamente aquáticos, predominantemente marinhos, mas existem algumas espécies que vivem em água doce.

   Os poríferos vivem fixos a rochas ou a estruturas submersas, como conchas, onde podem formar colônias de coloração variadas. Podem ses encontrados desde as regiões mais rasas das praias até profundidades de aproximadamente 6 mil metros. Alimentam-se de restos orgânicos ou de microorganismos que capturam filtrando a água que penetra em seu corpo. Também servem de alimento para algumas espécies de animais, como certos moluscos, ouriços-do-mar, estrelas-do-mar, peixes e tartarugas.

Cnidários

   Os cnidários, que possuem tal nome pela presença de cnidócitos (células que promovem queimaduras) são os primeiros animais a apresentarem uma cavidade digestiva no corpo, que foi mantida nos demais animais. A presença de uma cavidade digestiva permitiu aos animais ingerirem porções maiores de alimento, pois nela o alimento pode ser digerido e reduzido a pedaços menores, antes de ser absorvido pelas células.

   Com base no aspecto externo do corpo, os cnidários apresentam simetria radial. Eles são os primeiros animais na escala evolutiva a apresentarem tecidos verdadeiros, embora ainda não cheguem a formar órgãos.

   O filo Cnidária (cnidários) está representado pelas hidras, medusas ou Ã¡gua-vivas, corais e anêmonas-do-mar, além do observado coral-babão, sensível à pressão na água e secreta uma substância com prpriedades analgésicas.

Moluscos

   Os moluscos são animais triblásticos, celomados e protostômios. Apresentam o corpo mole, não segmentado, e com simetria bilateral. Os moluscos são o segundo maior grupo de animais em número de espécies (cerca de 100.000 espécies), sendo suplantado apenas pelos artrópodes, agrupando assim seres a princípio morfologicamente muito diferentes, como caracóis, ostras e mariscos, além de lulas e polvos.

   Provas do contato do homem com os moluscos remontam a épocas pré-históricas. Conchas de moluscos fazem parte de jazigos arqueológicos, incluindo, aqui no Brasil, os "sambaquis". Os moluscos serviam de alimento e suas conchas eram utilizadas como ornamento e para a confecção de utensílios de corte, abrasão etc.

   Também observamos um molusco curioso no passeio ao mangue (ler sobre).

Equinodermos

   O filo Echinodermata é constituído por cerca de 7.000 espécies. O nome do grupo é derivado de duas palavras gregas: echinos, que significa espinho, e derma, que significa pele, e se refere às projeções em forma de espinhos ou tubérculos presentes na superfície do corpo. Seu sistema digestório é completo e o circulatório é rudimentar.

   Todos os representantes do filo são de vida livre, sendo raras as espécies comensais. Muitos são adaptados para se fixar a substratos rochosos, enquanto outros vivem em substratos lodosos, arenosos ou em madeira submersa. Embora a grande maioria das espécies seja marinha, algumas toleram a água salobra. Podem ser encontrados em todos os oceanos, latitudes e profundidades, da zona entremarés às regiões abissais, sendo mais abundantes na região tropical do que nas águas polares.

Cordados

   Os cordados caracterizam-se pela presença de, pelo menos na fase embrionária, as quatro características típicas do grupo: notocorda, tubo nervoso dorsal, fendas na faringe e cauda pós-anal.

   O ser referente ao passeio, pertencente ao subfilo dos urocordados (também conhecidos como tunicados, nome que se deve ao envoltório do corpo, uma túnica espessa, de cuja composição química participa a tunicina, uma substância semelhante à celulose), a ascídia, é um cordado marinho que pode viver isolados ou formando colônias, e é muito comum nos litorais brasileiros, sendo facilmente encontrado preso por uma de suas extremidades ao substrato (rochas, cascos de navios etc.)

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